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sábado, 1 de fevereiro de 2020

MONSARAZ DO NASCIMENTO AO DECLÍNIO


MONSARAZ Do nascimento, época aurea, até ao declínio

A sua ocupação data dos tempos pré-históricos, estando registados na região, várias centenas de sítios arqueológicos dos períodos paleolítico, neolítico (megalitismo), calcolítico, Idade do Bronze e Idade do Ferro!


A primitiva ocupação humana de Monsaraz, provavelmente era um castro fortificado, foi mais tarde romanizado e ocupado sucessivamente por muitos povos, visigodos, árabes, moçárabes e judeus!


No século VII/VIII, Monsaraz cairia sob domínio do Islão aquando das invasões muçulmanas que ocuparam grande parte da Península Ibérica. Esta localidade, passou então a designar-se Saris ou Sarish e, a pertencer ao reino Mouro de Badajoz, um dos maiores e principais focos de cultura árabe! (Conhecemos a lenda da Princesa Atília do Reino Mouro de Badajoz que, está sepultada no castelo de Monsaraz)!
O processo de Reconquista Cristã chegou a Monsaraz em 1167, numa expedição que parte de Évora e é liderada por Geraldo Sem Pavor!
A tomada de Monsaraz dura poucos anos, uma vez que em 1173 volta a cair sob o domínio do Califado Almoada, na sequência da derrota portuguesa em Badajoz. Só mais tarde, cerca de 1232, D. Sancho II, com o auxílio dos cavaleiros templários, conseguiu incorporar definitivamente Monsaraz sob o domínio cristão, fazendo a sua doação à Ordem do Templo, que fica encarregue da sua defesa e repovoamento!
O repovoamento da vila de Monsaraz só ocorre no reinado de D. Afonso III e, pela mão do cavaleiro Martim Anes, homem da confiança do rei, a quem competia o combate aos núcleos de resistência árabe e o executar das instituições administrativas, judiciais e militares redigidas no foral de 1276.
Com o Foral, foi criado o Termo (Concelho) de Monsaraz, cujo território é demarcado por D. João Peres de Aboim, senhor da herdade de Portel e da Defesa do Esporão!
Assim, começa o período cristão em Monsaraz e, como tal, dá-se início à edificação das estruturas descritas no foral de 1276!
Apesar das fortificações que se ergueram em Monsaraz durante a terceira guerra fernandina (1381-1382), uma força inglesa toma de assalto a vila e procede ao saque da mesma que, quatro anos depois, voltou a ser invadida por tropas castelhanas! Antes da guerra terminar (1383-1385), Monsaraz viria a ser recuperada por D. Nuno Álvares Pereira! (Conhecemos a lenda das vacas que, ajudaram a conquistar esta Vila)!
Em 1422, por doação de D. Nuno Álvares Pereira ao seu neto D. Fernando, Monsaraz é incorporada na Casa de Bragança, passando a estabelecer, em questões de tributação fiscal, um dos mais valiosos vínculos desta casa ducal portuguesa! (Uma das épocas aureas desta Vila)!
Em 1512, D. Manuel concede um novo foral à vila de Monsaraz, reformando e regulando a vida pública e jurídica do concelho! (A data deste Foral Manuelino é exatamente a mesma do Foral concedido por este Rei à Vila de Juromenha, decerto muito idêntico)!
Após a proclamação da independência face à Coroa espanhola em 1640, a dinastia de Bragança começou a executar uma grande campanha de construção de fortificações modernas na linha fronteiriça portuguesa, da qual Monsaraz não foi exceção!
A edificação de estilo Vauban avança ao redor do castelo, envolvendo a vila com muralhas adaptadas aos tiros da artilharia!
Durante a Guerra Civil portuguesa de 1828 - 1832, também esta Villa se destacou, dando quartel ao Batalhão de Voluntários Realistas de Monsaraz do Corpo de Voluntários Realistas, o qual foi uma organização miliciana portuguesa criada por D. Miguel I para defender o regime absolutista. O Corpo foi criado por Decreto de 26 de Maio de 1828 na sequência da revolta liberal ocorrida no Porto, sendo nomeado seu comandante, D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, 6º duque do Cadaval.
A Villa de Monsaraz pagou bem caro, o apoio ao Regime absolutista, uma vez que, o Novo Regime Liberal não lhe perdoou e, indiretamente, começaram a surgir faltas de apoios estruturais, ao contrário da então, Aldeia de Reguengos, sendo esta, uma das principais razões do seu conhecido declínio.
IN CIMAC, com algumas adaptações