GENTES DE OUTROS TEMPOS, QUE DE ALGUMA FORMA DEICHARAM A SUA MARCA.......
"A ti Rosa e Marido'''
O QUE RESTA DUM POVO
Esta Mulher já curvada
De vassourinha a preceito
Já quase não varre nada
Mas ‘atão ficou-lhe o jeito…
Levou a vida varrendo
Com sua vassoura baixinha
Sua coluna, foi cedendo
E assim ficou curvadinha
Ele senta-se ao portado
De boné posto, e bengala
De tanta luta cansado
Ela fala, ele cala…
E de tão acostumada
A andar nestas andanças
Ela diz, levanta-te homé’
P’ra eu dar uma vassourada
Não vás tu sujar as calças
Ele de olhar pachorrento
Sabendo que tem que ser
Lá se ergue por um momento
P’ra ela poder varrer…
E assim vão passando os dias
Só vendo o tempo passar
Sem pressas, nem correrias
Sem memória p’ra lembrar…
Retractos dum Povo ’’’ O que resta da nossa gente
E lá vem o Poeta de novo ’’’ Gravar em verso a semente…
Rosa Guerreiro Dias
5-10-2015
A TI EMA

São vários os Monsarences que marcaram esta época, quem não se recorda da saudosa Ema, Montesarense muito estimada por todos, fiel guardiã das Igrejas de St Maria da Lagoa e do Sr. dos Passos, acérrima defensora de todo o património material e imaterial do seu Monsaraz, mulher dotada de uma contagiante boa disposição e de resposta sempre pronta na ponta da língua, talvez por isso não resisto a contar este pequeno episódio em forma de homenagem a uma figura que nos foi tão querida. Morava a ti Ema na rua direita por debaixo da capela de S. José quando um dia calmamente jugando cartas com o seu sobrinho neto André, já que este era pequeno e dada a impossibilidade dos pais por questões laborais de tomar conta dele durante as horas de trabalho, era á Ema que cabia essa tarefa, nesse dia havia o André abandonado a bicicleta na casa de entrada e jogavam os dois na pequena camilha que com a bicicleta do André e a velhinha máquina de costura compunham todo o mobiliário existente. Eram outros tempos e as portas normalmente não se fechavam, ou estavam abertas, ou apenas se encostavam, talvez por isso entrou portas dentro um casal de turistas a quem a Ema, já um pouco farta das constantes intrusões dos turistas na privacidade dos locais e quando estes já se encontrava a meio da pequena salinha os interpelou O QUE É QUE OS Srs. DESEJAM? vendo que se haviam enganado depressa o casal se apressou a justificar aquela pequena invasão, AI DESCULPE, DESCULPE, PENSAVA-MOS QUE ERA UMA IGREJA, dizia o casal, sempre de resposta pronta exclama a Ema !! E OS SENHORES JÁ ALGUMA VEZ VIRAM, UMA IGREJA COM UMA MÁQUINA DE COSTURA E UMA BICICLETA Á ENTRADA. Partiu á uns anos atrás deixando Monsaraz mais pobre.
O Ti Zé Cardoso o barbeiro de Monsaraz
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