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AS ARTES E OFICIOS DA NOSSA FREGUESIA


 MONSARAZ A NOSSA TERRA SEMPRE À PROCURA DA NOSSA IDENTIDADE HISTÓRICA

A Nossa Freguesia. Como diria o saudoso Mestre ZÉZITA, O TELHEIRO NESSE TEMPO TINHA TUDO, ERA LISBOA EM. PONTE PEQUENO


OS CORDOEIROS

Falar dos Cordoeiros é ser juiz em causa própria, como muitos dos nossos conterrâneos sabem toda a minha família paterna, ainda hoje são conhecidos pelos Cordoeiros, cujas origens remontam ao Seculo XIX, quando para o Alentejo vieram artificies das mais variadas profissões, cordoeiros, capadores de gado, sombreireiros, joeireiros etc., oriundos de outras regiões do pais e até do pais vizinho, de onde de perto de Santiago de Compostela veio esta família de cordoeiros, cujos descendentes por cá foram ficando e casando, dando origem a todos aqueles que ainda hoje carregam no bom sentido alcunha de Cordoeiros. Não sei se nessa época, outos cordoeiros houve para além de esta linhagem, no entanto naquilo que é a memória coletiva da freguesia, são estes os cordoeiros que toda a gente se lembra. As cordas eram elemento imprescindível na agricultura da época, elas eram necessárias, para prender as bestas, atar as carradas, fazer as arreatas, atar os sacos, fazer as ceras para o lagar, fazer as redes para carregar palha, e para fazer os lençóis da palha e da moinha das debulhadoras fixas. Eram de tal forma indispensáveis, que havia grandes herdades que tinham cordoeiros em exclusivo, sendo exemplo disso, a conhecida herdade dos Machados em Moura onde os meus tios Eduardo e Manuel Cordoeiros, enquanto jovens trabalharam alguns anos, também no Xerez trabalhou o meu tio Eduardo, fazendo tudo o que era cordas e as ceras para o lagar. Nos tempos áureos do Telheiro, teve ainda oficina de cordoeiro o meu tio Zé Pereira, como teve o meu tio Manuel Cordoeiro em Reguengos, onde ainda vagamente me recordo de ele morar numa casa na rua principal, cujo quintal quase confinava com a rua da Artística, e onde nesse comprido quintal, ajudei nesse lento e complexo processo de juntar fio sobre fio fazendo girar a roda que os entrelaçava, dando origem à corda, assim como me recordo de na Barrada trabalhar como cordoeiro o meu primo Justino Cordoeiro. Com a mecanização da agricultura, também estes não escaparam ao autentico êxodo dos anos 60/70 levando com eles as memorias de uma profissão que desapareceu. Obrigado Capitão Manuel Godinho Mendes Gato pela preciosa achega sobre a procedência dos Cordoeiros. “Testo Isidro Pinto” “Fotos NET





OS SAPATEIROS DA NOSSA TERRA


PROFISSOES DA NOSSA TERRA OS SAPATEIROS
Ainda são alguns, os nossos conterrâneos que se recordam do tempo em que as nossas aldeias fervilhavam de vida, foi já na década de 60 que começou a grande migração para as grandes cidades e respetivas cinturas industriais o que consequentemente levou à decadência e à perda de habitantes dos meios rurais.
Foi nesses anos 50, 60 e 70 que o Telheiro desempenhou importante papel na estrutura sócio-económica da freguesia, muito embora todas as aldeias tivessem os seus artificies das mais variadas profissões, era sem dúvida alguma o Telheiro, que muito provavelmente pela estratégica localização e acesso fácil se transformou numa autentica aldeia de serviços, concentrando o maior número de artificies das mais variadas profissões.
Tal como atrás referi hoje vamos recorda aqui os sapateiros do Telheiro, falar dos sapateiros do Telheiro é falar de nomes incontornáveis desta arte como sejam os irmãos Patinhas, Manuel Patinha de quem já não me recordo como sapateiro, mas sim como regedor e responsável administrativo do Zé Caeiro já o seu irmão António Patinha se manteve por uma vida fiel à profissão, são bem vivas as memórias, quem não se recorda da sapataria do António Patinha onde provavelmente muitos de nós ainda compramos algum par de botas ou sapatos.
Outros nomes há, de quem muitos de nós nos recordamos, e que também eles são nomes incontornáveis desta profissão nestas décadas, como sejam o Abílio, o Cantigas, o Melro e provavelmente outros que de momento não me recordo, para o que peço desde já as minhas desculpas. Quero recordar aqui todos os sapateiros de todas as aldeias dessa época e também aquele que me dizem ter sido o sapateiro mais antigo do Telheiro, do qual eu já não me recordo, o Ti Camafeu.

A todos eles mas especialmente para os do Telheiro estejam onde estiverem, obrigado, por nessa época terem feiro do Telheiro A LISBOA EM PONTO PEQUENO DE QUE O MESTRE ZEZITA FALAVA



BARBEIRO TI ZÉ CARDOSO 



Tal como já aqui recordamos, muita outra gente da nossa terra que em determinada época deixou a sua marca, hoje recordamos alguém de quem alguns de nós ainda nos recordamos o TI ZÉ CARDOSO. Homem multifacetado, mas que muitos ainda conhecemos como o Barbeiro da Vila.


BARBEARIA DOS GALEGOS NO TELHEIRO



A nossa freguesia e as nossas gentes, fica a recordação dos tempos áureos do Telheiro a barbearia dos Galegos.
Era nesta casa que se desenrolava a atividade de barbeiro, a barbearia do Telheiro, para além de casa de habitação, tambem servia á atividade que era feita nas horas livres da lavoura.


FERREIROS  TI ZÉZITA


MESTRE ZÉZITA, CANAZITA OU MESTRE JOSÉ DO LOPES Eram os nomes porque era conhecido o Mestre Zezita, conterrâneo nosso a viver no Telheiro e terá sido talvez o ultimo ferreiro/serralheiro da nossa Freguesia. Oriundo de uma familia de mestres desse oficio foi no entanto o unico que se fixou na Freguesia. Mestre da Máquina (debulhadora fixa) no monte do Xerez, mestre do lagar e mais tarde com a mecanização da agricultura, serralheiro de serviço para todo o tipo de maquina ou alfaia da referida herdade. Mestre do lagar no Telheiro, e ferreiro por conta própria nos ultimos anos de actividade laboral, onde algumas vezes quando da minha breve incursão pela agricultura fui cliente, e de onde recordo que quando os serviços não eram muito do seu agrado dizia, AÍ ANDAM VOCÊS SEMPRE COM ATAFONAS. Homen de trato fácil de quem seguramente ainda muitos de nós nos recordamos. Jamais esqueceremos a sua frase de quando se referia à época áurea do Telheiro que ele tão bem conheceu. O TELHEIRO NESSE TEMPO TINHA TUDO, ERA LISBOA EM PONTO PEQUENO.

"Texto e fotos de Isidro Pinto"



A ARTE DA LATOARIA
OS OLIVEIRAS


OLIVEIRAS de apelido, mas conhecidos por todos nós pelos LATOEIROS. Vezes sem conta visitei a sua modesta casa térrea, que era simultaneamente a oficina, e ainda hoje parece que ouço o bater ritmado dos pequenos martelos sobre a bigorna, moldando a chapa de onde saíam o caldeirão para tirar a água, o pote para guardar o azeite, o alguidar para lavar a roupa ou a pequena candeia, e nas horas de maior inspiração o cata-vento para o telhado ou o apito de lata para vender aos miúdos nos dias de festa. Família numerosa a viver no Ferragudo, mas da qual, apenas alguns seguiram a profissão do patriarca, quem não se recorda do Ti Miguel Latoeiro, ou posteriormente dos seus filhos Manuel Oliveira, ou do João das Latas que viria a acabar os seus dias fiel ao ofício, para os lados do Alandroal, já que o Manuel fazia tempo que havia trocado a máquina fotográfica e as latas pelo lugar de operário fabril na Portucel. Verdadeiros artistas na arte de trabalhar a lata, mas simultaneamente multifacetados, quem é que da nossa geração não tirou ainda uma fotografia à do Manuel Latoeiro, ou se recorda dos nossos pais mandarem gatear um alguidar de barro,

MONSARAZ A NOSSA TERRA SEMPRE À PROCURA DA NOSSA IDENTIDADE HISTÓRICA
"Texto Isidro Pinto"
“Fotos da NET”


ALFAIATARIA DO MIGUEL

Quem se lembra de ser aqui a alfaiataria do nosso amigo e conterrâneo Miguel Nunes. ?



Nesta casa conhecida como a alfaiataria do Miguel, era aqui que toda a população da freguesia vinha mandar fazer os seus fatos por medida, fatos esses usados em ocasiões especiais, como festas, casamentos e até para levar aquando morriam termo usado para a "mortalha"

também as senhoras aqui mandavam fazer os seus fatos e vestidos para as ocasiões especiais.



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