HISTÓRIAS
BEM CAÇADAS – CAÇADA AOS COELHOS NA SERRA DA BARRADA
Lá fora a chuva caia insistentemente, estava
aquilo a que se poderia chamar uma autentica manha de inverno, a caçada aos
coelhos na serra da Barrada/Motrinos, havia tempo que estava combinada, de
Lisboa viriam seguramente já a caminho os companheiros habituais, que desta vez
a nosso convite, se faziam acompanhar de um amigo e colega de trabalho, transmontano
de nascimento, mas a viver em Lisboa, onde desempenhava importante cargo na
multinacional onde todos trabalhávamos, da terra estavam os habituais
companheiros e muito embora, por razões profissionais não fosse
companheiro de todos os dias, desta vez estava também o Lumumba, que por sua
vez havia convidado um seu amigo de Reguengos, Adegueiro de profissão que
trouxera com ele um outro amigo e ajudante de ofício.
A manhã e as condições naturais da vegetação da serra da Barrada, a isso obrigavam, todos nos equipamos por forma a protegermo-nos como podíamos, não só da copiosa chuva que não parava de cair, mas também das densas estevas e dos terríveis tojos gatuns. As condições eram tão adversas, que nem os cães caçavam convenientemente, fazendo que o resultado da caçada, fosse quase nulo.
Cansados e encharcados até à
medula, resolvemos reunir o grupo e fazer uma pausa, escolhemos uma pequena
clareira no meio do mato, por onde passava um caminho, obviamente que o
primeiro que se fez, foi tentar arranjar lenha minimamente seca para acender o
lume, apesar de não ter sido tarefa fácil, após algumas tentativas, conseguimos acender um grande lume, e cada um
aproveitava como podia para secar os pés e as roupas, junto ao caminho
onde fizemos o lume, existia um declive próprio da abertura do mesmo, onde
alguns se sentaram e de entre eles o Adegueiro, amigo do Lumumba, que
inadvertida e imprudentemente tinha sobre os joelhos, a espingarda carregada e
fechada, os animais sempre tão nossos amigos e como tal um dos cães do
Adegueiro, empinou-se a ele tocando inadvertidamente nos gatilhos da
espingarda, um enorme estrondo e um tiro disparado para o chão e para o lume,
no meio de todos nós, perante a incredibilidade de todos, imediatamente o amigo
do Adegueiro gritava de dores agarrado às partes intimas, enquanto o nosso
amigo Transmontano fazia o mesmo, agarrado às nádegas, passados os primeiros
momentos de pânico, e para avaliação da situação calças abaixo e efetivamente um estava ferido nas nádegas e outro nos genitais, eis que com o sarcasmos que
lhe era conhecido diz o Meireles! ENTÃO AGORA EXPLIQUEM LÁ À GENTE EM
QUE POSIÇÃO É QUE VOCÊS ESTAVAM, PARA UM FICAR FERIDO NO RABO E OUTRO NOS
TINTINS.
A explicação era simples um estava de frente para o lume e o outro
estava de costas. Felizmente nenhum necessitou de tratamento hospitalar, mas
poderia ter sido uma situação muito trágica.
A VIDA É FEITA DE MEMÓRIAS
A VIDA É FEITA DE MEMÓRIAS
"Texto e fotos de Isidro Pinto"
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