Pesquisar neste blogue

sábado, 6 de março de 2021

ROCHA DA NOIVA 2

 A ROCHA DA NOIVA

 


 

Esta  é  uma das portas  existentes na muralha que encerra a nossa linda Vila de Monsaraz, chamada a Porta de Évora.

Outrora era a porta que dava acesso ás aldeias que  constituíam a extinta freguesia de São Tiago de Monsaraz. Ali desembocavam as seguintes ladeiras de acesso à Vila:

- A ladeira de São Sebastião,  que servia a Aldeia dos Motrinos e todo o sector NO do Termo ;

- A ladeira Torta que servia a Aldeia da Barrada  os vários montes do sector Norte;

- A ladeira da Fonte que servia a Aldeia do Telheiro e Aldeia dos Gomes (Outeiro) e toda a  zona a NE da Vila;

- A ladeira dos Frades (actualmente do Ferragudo) que servia quase que exclusivamente ao Convento da Orada.

Todas as desembocaduras das referidas ladeiras se situavam, duma maneira geral, mais ou menos a cerca de cem metros.Por volta dos  cinquenta metros,  do lado esquerdo para quem entra na Vila , encontramos ali uma rocha xistosa chamada a "Rocha da Noiva".

Esta pequena permissa destina-se unicamente  aos nossos amigos que deconhecem o local.

É  precisamente nesta rocha que vamos focar a nossa atenção:

Mais uma vez eu peço mil deculpas ao nosso querido amigo  Isidro Pinto para que não  interprete esta minha intervenção como  uma correcção ao excelente trabalho  que ele publicou há  dias sobre a rocha da Noiva ao qual não devo nem está no meu propósito alterar seja o que for.

A minha intenção é  simplesmente de uma complementaridade ao citadado trabalho.

- Em tempos idos, em que não havia igrejaa em qualquer uma das aldeias que supra mencionei, antes de 1750, como muito bem o amigo Isidro disse, que foi a data da Igreja  de Nossa Senhora  do Carmo,  na aldeia dos Motrinos aberta ao culto. Algumas vezes, excecionalmente, os casamentos eram realizados nas Eremidas de São Sebastião ou de Santa Catarina. 

Como é lógico, quando os casamentos eram respeitantes às aldeias, o pessoal que os costituiam, fazia-se tranportar em carros de tração animal, cujos carros estavam impossibilitados de subir as ladeiras.

Neste caso, os referidos carros ficavam, no sopé da Vila, pelo que, todo o pessoal que constituía o casamento, tinha que subir a pé,  à  exceção da noiva que, para tal, havia sempre uma azémola (muar ou cavalar) destinada à  Noiva, que a transportava desde o lugar onde haviam ficado os carros até  à  tão falada

"Rocha da Noiva",

A partir dali, todo o séquito entrava no Vila a pé,  até à Igreja, normalmente de São Tiago, onde o pároco esperava, à porta da Igreja e ali era feito um ritual, ao qual o pároco chamava o "ato tridentino ", que consistia numa breve apresentação e que ele fazia questão de deixar consignado no registo do casamento.

Depois dos esponsais, todo o pessoal que constituía o  séquito regressava até à  tal Rocha da Noiva, onde era feito um outro ritual de característica profana, a que davam o nome de "os ramos", que mais não era que  uma pequena distribuição de bolos e bebidas .

Só depois se tratava do regresso   e também a noiva subia para a referida rocha e montava a dita azémola. 

Évora,  6 de Março de 2021

Manuel Godinho Mendes Gato

Sem comentários:

Enviar um comentário