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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

A LENDA DO ESCRAVO JOÃO, LAVRADOR DE MONSARAZ

 

A lenda do escravo João, lavrador de Monsaraz

História, lendas e tradições da Villa de Monsaraz

Aldeia dos Motrinos (Foto net)

A escravidão em Portugal, começou a declinar com o decreto do Marquês de Pombal de 12 de Fevereiro de 1761, porém, pouco mudou até 1836, quando foi efetivamente abolida, verificando-se a libertação dos últimos escravos no ano de 1854, no entanto, o proprietário de escravos, podia dar-lhe a liberdade a qualquer momento, através da carta de alforria, abdicando do seu direito de propriedade, como aconteceu, no final da centúria de 1700, com os lavradores, Manoel Gonçalves e Maria Domingues, moradores na Aldeia dos Motrinos - Monsaraz!

O lavrador Manoel Gonçalves e a Dª Maria Domingues, não tinham filhos, eram proprietários de uma herdade que ficava paredes meias com a Aldeia dos Motrinos, lugar onde se situava o Monte da mesma!

Nessa época, havia escravos em todo o Alentejo e, no Termo (Concelho) de Monsaraz, não era exceção, como também não era, na herdade do lavrador Manoel Gonçalves!

No dia 15 de Agosto de 1760, na tradicional feira franca, da Villa de Monsaraz, onde ninguém faltava, logo, também lá estava o lavrador Manoel Gonçalves e sua esposa! Quando andavam na feira do gado e dos escravos, a mesma coisa, a lavradora manifestou a vontade de comprar uma escrava lá para o Monte!

O lavrador não gostou da ideia e disse-lhe que, queria comprar um escravo ou dois, mas para trabalhar na herdade, porque lá no Monte tinham as criadas, não era lugar para escravas!

A lavradora, continuou a insistir que, queria ter uma escrava para ela, porque, todas as senhoras do seu nível já eram donas de uma escrava! Tanto insistiu que, o lavrador não teve outro remédio, senão levá-la ao curral dos escravos!

A lavradora, observou, observou, mas achava umas muito novas, outras muito velhas e não se decidia por nenhuma, deixando o lavrador muito contente, quando começaram a afastar-se, a Dª Maria Domingas voltou-se e apontou para uma escrava ainda nova, muito magrinha, aproximou-se dela, observou-a, demoradamente com muita atenção e, por fim disse ao lavrador:

Dª Maria Domingas: É esta! Vamos levar esta! Chama lá o dono e podes negociar com ele que, eu quero levar esta!

Lavrador: Oh mulher, vê lá bem o que vais fazer! Isso é um espinafre que não pode com uma gata pelo rabo, para que a queres? Ao menos, escolhe lá uma mais gordinha!

Dª Maria Domingas: Não, Manoel! É esta que eu quero, está magrinha, mas tem nervo, tem é fome, ela não precisa de ser gorda! Podes negociar com o dono, já te disse que é esta que eu levo!

O lavrador chamou o negociante, apontou para a escrava e perguntou-lhe: - Quanto custa esse espinafre?

O negociante disse-lhe que, eram 300 réis! O lavrador nem lhe respondeu, apenas disse: -Vamos embora daqui Maria! Mas a lavradora não se mexeu do lugar onde estava e disse:

Dª Maria Domingas: Oh Manoel, o homem pediu-te 300 réis e tu não ofereces nada? Isso é de quem não quer negociar, mas eu quero esta escrava!

Lavrador: Ora essa, Maria, então tu não vês que a escrava nem 100 réis vale, como queres que eu faça negócio?

Dª Maria Domingas: Então, oferece lá 150 réis ao homem, metade do que ele pediu! Pode ser que ele a entregue!

Lavrador: Mas qual metade, nem metade, mulher! Tu não vês que a escrava não vale isso!

Dª Maria Domingas: Oh Manoel, o gado que vendeste deu-te bom dinheiro, também não sei se valia o dinheiro pelo que o vendeste, por isso, podemos chegar mais à frente com a compra da escrava, já te disse, eu quero levar esta escrava!

Lavrador: Ora essa, Maria! Quando metes uma coisa na cabeça, ninguém a tira, tem que ser sempre como tu queres!

O lavrador chamou novamente o negociante, apontou para a escrava e ofereceu-lhe 150 réis! O negociante não aceitou e começaram a puxar cada um para seu lado, estiveram quase meia hora em negócio, nenhum queria ceder, afinal era uma escrava com 18 anos, muito bonita, estava sempre vendida, por fim, o negociante entregou a escrava por 200 réis, muito cara, porque era muito magra, mas a lavradora não desistia dela e o lavrador foi obrigado a chegar-se à frente! Trataram dos respetivos documentos, através deles ficaram a saber que o seu nome era Anna Vellada, estava tudo no registo de propriedade, o lavrador pagou e foram chamar o feitor para carregar a escrava na carroça do gado para o Monte, na Aldeia dos Motrinos!

A escrava Anna Vellada, assim que foi descarregada da carroça, começou logo a trabalhar, sempre a toque de caixa, porque, a vida de uma escrava era muito dura, ainda muito mais do que a das criadas, porque era considerada um animal irracional!

Quando a lavradora chegou da feira de Monsaraz, mandou chamá-la para a ver melhor e dar-lhe algumas ordens! A escrava Anna Vellada ficou a trabalhar diretamente para a Dª Maria Domingas para a exibir com vaidade, quando fosse a qualquer evento à Villa de Monsaraz, como se fosse o seu bichinho sem estimação, de vez em quando, não se livrava de levar alguns açoites só para a lavradora aliviar os nervos!

A escrava Anna Vellada, gostava muito de trabalhar no Monte, era diferente de andar debaixo do chicote nos trabalhos da herdade, ali comia melhor do que os cães, não andava debaixo do sol ardente nem apanhava tanto frio no inverno e estava uma moça muito bonita e elegante que, enchia o olho de muitos rapazes que trabalhavam na herdade e alguns da Aldeia dos Motrinos, mas como era escrava não podia casar, a não ser com um escravo, desde que, fosse autorizado pelos seus donos! Mas sendo escrava, qualquer homem se podia aproveitar dela, por isso, tinha instruções rigorosas da lavradora de nunca se afastar do Monte, por causa do lobo mau, só que, o lobo mau, estava lá dentro de casa!

O lavrador Manoel Gonçalves começou a interessar-se pela escrava, a dar voltas à cabeça para encontrar uma maneira de a pilhar sem a lavradora dar por isso, mas era muito difícil, porque durante o dia estava sempre junto da dona e, à noite dormia numa casa com as criadas de onde nenhum homem se podia aproximar!

O lavrador, andou cismando durante meses, sobre a maneira de afastar a escrava da sua dona, até que, no início do mês de Fevereiro de 1762, depois do jantar (almoço), disse à lavradora que, tinham um grande problema na cabana das vacas, uma das manjedouras precisava de ser toda arranjada naquele dia, andavam lá dois alvanéus, mas ele queria ter olho no trabalho, porque à noite as vacas tinham de lá dormir e de comer, por isso, tinha de ficar pronta, logo, não tinha tempo para ir merendar ao Monte, assim, pela meia tarde, devia mandar lá a escrava levar a merenda, para três homens!

A lavradora não desconfiou da armadilha, lembrou-se que, se estavam lá três homens e a cabana não era longe dali, não havia nenhum perigo! À meia tarde, mandou preparar a merenda e disse à escrava para a levar ao lavrador e aos homens que estavam a trabalhar na cabana das vacas!

A escrava seguiu as ordens da sua dona e, quando chegou à cabana não viu ninguém, foi entrando e chamando pelo lavrador, quando sentiu uma mão no seu ombro deu um salto muito assustada, mas ao ver o lavrador ficou mais aliviada, no entanto, ele mandou-a deitar em cima da palha e fez tudo o quis fazer, sem nenhuma oposição, ela sabia que, isso um dia podia acontecer e, sendo o seu dono, era sua obrigação entregar-se! Depois do ato consumado, ele disse-lhe que, não podia contar a ninguém o que se tinha ali passado, senão, passava para os trabalhos na herdade, debaixo do chicote!

A escrava Anna Vellada, ainda desorientada, nem percebia o que lhe tinha acontecido, sentia qualquer coisa de diferente um pouco agridoce! O lavrador ajudou-a a recompor-se, limpou-lhe bem a palha que tinha na roupa e nos cabelos, deu-lhe uma parte da merenda para refazer as energias e, por fim mandou-a para o Monte!

A lavradora achou-a demorada, mas ela disse-lhe que o patrão a mandou esperar para trazer as coisas de volta e ela teve de obedecer, as criadas notaram que a escrava estava diferente, mas não se incomodaram com isso, nem desconfiaram o que tinha acontecido, até ao dia em que surgiram os sinais de gravidez, indisposições constantes e mudança nas suas formas físicas!

A lavradora assim que se inteirou, chamou-a a sós e perguntou-lhe quem era o homem que a tinha pilhado, a escrava respondeu que não sabia quem era, nunca o tinha visto por ali, apesar de muita insistência da lavradora, não lhe contou que o homem tinha sido o lavrador, levou uma grande surra da lavradora, mas não disse a verdade!

Assim, aos dezasseis dias do mês de Novembro de mil setecentos e sessenta e dois, nasceu uma criança do sexo masculino, na Aldeia dos Motrinos, a quem foi dado o nome de João, filho da escrava Anna Vellada e de pai incógnito, cujo nome, recebeu o do padrinho, o Padre João Franco, sendo batizado na Real Igreja de São Tiago, pelo Padre Gaspar Callado e, por ser filho de escrava, escravo ficou, propriedade dos lavradores!

O João, ficou com sua mãe, a escrava Anna Vellada, no Monte dos lavradores, era uma criança tão dócil que, as criadas e até os lavradores gostavam tanto dele que, não o tratavam como escravo, mas estava registado como propriedade dos lavradores!

Na Aldeia dos Motrinos, toda a gente dizia que o João era filho do lavrador, à medida que crescia, ficava mais parecido com ele, na fisionomia, físico e gestos, não havia maneira de esconder o que era evidente, a Dª Maria Domingas via o que os outros viam, mas fingia não ver!

O João foi crescendo, o lavrador gostava muito dele, não tinha dúvidas que era seu filho, mas como primava pela sua honra, não o podia admitir, no entanto, desde muito cedo, puxou-o para junto dele e não lhe faltava nada, andavam sempre juntos, o João começou a aprender tudo sobre a atividade agro-pecuária e administração da herdade e, quando iam a lugares mais afastados da Aldeia dos Motrinos, as pessoas que não conheciam a situação, diziam ao lavrador:

- Oh lavrador, o gaiato não engana ninguém, vê-se logo que é seu filho, é tal e qual o pai! Nos primeiros tempos o lavrador corrigia que, não era filho dele, mas de uma criada lá do Monte, mas com o passar do tempo, já não se incomodava e não respondia aos comentários!

Os anos foram passando e, o João aprendia tudo com o lavrador, mas continuava a ser escravo, porque, o próprio pai não podia dar-lhe a carta de alforria, não só por receio em enfrentar a Dª Maria Domingas, mas também pela vergonha que podiam passar perante a elite dos lavradores da região de Monsaraz, porque, isso era admitir a sua infidelidade para com a esposa e a desonra ainda era maior, por ser com uma escrava, o mesmo que ser com uma cadela!

Naturalmente, a idade dos lavradores foi avançando e, no mês de Dezembro do ano de 1780, tinha o João dezoito anos, o lavrador caiu na cama doente, foram chamados vários físicos, mas as melhoras eram poucas, o João estava sempre junto dele, dia e noite, era ele que o apanhava nos braços e o ajudava em tudo, sempre a tentar aliviar-lhe as dores, das quais tanto se queixava, via-se que o rapaz adorava o lavrador, seu pai!

A dedicação do João ao lavrador, não o deixava indiferente e começou a pensar que, tinha de fazer alguma coisa, não podia partir e deixar o seu único filho sem nada e ainda por cima escravo, então, ganhou coragem, chamou a Dª Maria Domingas e contou-lhe que o João era seu filho e que antes de morrer queria libertar o filho e deixar-lhe a metade dos seus bens, embora, com usufruto dela, até ao fim da sua vida, por isso, queria a presença do Cura João Lopes Franco e do tabelião do Cartório de Monsaraz!

A lavradora, sabendo que o marido já estava no leito da morte, não foi agressiva, disse-lhe que, soube sempre que o João era seu filho, mas não o podia admitir devido à vergonha que tinham de passar, por isso, estava de acordo com o seu desejo!

No dia seguinte, o lavrador, entregou a carta de alforria ao João, mas não lhe disse que era seu pai, nem nada, sobre a herança! Pouco depois, recebeu os Sacramentos e no dia 2 de Fevereiro do ano de 1781, faleceu da vida presente!

Depois do falecimento do lavrador, a Dª Maria Domingas chamou o João ao escritório e disse-lhe que, tinha de tomar conta da herdade, com o feitor, mas sem autonomia nenhuma, quem mandava era ela, não podia fazer nada sem a sua autorização!

O João, já não era escravo, mas continuava a temer a Dª Maria Domingas, por isso, aceitou tudo de bom grado e lá foi continuar o trabalho que há muito conhecia, porque já o fazia com o lavrador!

A Dª Maria Domingas, todos os dias convocava o João para lhe contar os passos que tinha dado e para lhe dar as instruções sobre o que devia fazer no dia seguinte, era grande afronta, mas o João nunca se queixava e tratava-a com muita delicadeza, fazendo amolecer o seu coração, cada dia que passava, chegando ao ponto de a deixar confusa sobre o destino da sua parte dos bens, porque, disse sempre que, seriam para doar ao Convento do Sagrado Coração de Jesus de Beja, onde pensava recolher-se quando estivesse no fim da sua vida!

Esta cisma da Dª Maria Domingas, acabou por não acontecer, no mês de Janeiro do ano de 1784 adoeceu e ficou de cama, pouco depois, o João deixou a herdade entregue ao feitor e foi para junto dela, dedicando-lhe tanta afeição que, cada vez mais a comovia e gostava dele!

Depois de muito pensar, a Dª Maria Domingas, decidiu mandar chamar o padre João Franco para a confessar dos seus pecados e contou-lhe o dilema em que se encontrava! Confessou-lhe que, quando teve a certeza que não tinha filhos, prometeu doar os seus bens ao dito Convento de Beja, mas, agora, estava a pensar em os deixar ao João, não só por ser filho do seu marido, mas pela sua dedicação e pelo que ele lhe estava a fazer!

O Padre João, ouviu-a com muita atenção, depois, perguntou-lhe se tinha feito essa promessa por escrito ou mesmo verbalmente à Madre Superior do dito Convento, ou se não tinha passado de uma intenção?

A Dª Maria Domingas, confirmou que, não tinha passado do seu pensamento, logo, não tinha dito nada a ninguém do Convento!

O Padre João disse-lhe que, o caso estava resolvido, ele dava-lhe o Sacramento, rezavam ambos o Terço, pediam perdão, e podia deixar a sua herança ao João que, por acaso, era seu afilhado!

A Dª Maria Domingas ficou aliviada, mais tarde, mandou chamar o tabelião do Cartório de Monsaraz para tratar da documentação, onde constava que, após a sua partida, os seus bens passavam, integralmente a ser propriedade do João Gonçalves, o pai, antes morrer, decidiu dar-lhe o seu apelido!

A lavradora continuou acamada, com poucas melhoras, mas tinha grandes conversas com o João que, estava sempre à cabeceira da sua cama, apenas se ausentava em situações inadiáveis, até que, um dia deu-lhe a chave do baú onde estava o dinheiro, pratas e ouro e contou-lhe a origem e estimação que tinha por cada uma das jóias que lá estavam, pedindo-lhe que nunca se separasse delas!

No dia 13 de Junho de 1784 a Dª Maria Domingas foi prestar contas ao Senhor e, passados alguns dias, a primeira coisa que o João fez, foi dar a carta de alforria a todos os escravos e escravas da sua herdade, incluindo à sua mãe e, ainda comprou escravos na região para lhe dar a liberdade!

O João, já catrapiscava a filha de um seareiro de Monsaraz, a Maria Rita, então, passados alguns meses, com o seu acordo, foi pedi-la ao pai, para casar! O pedido foi aceite com algumas recomendações para não mostrar muita facilidade, era gente de muita honra, seria tudo feito conforme as tradições de Monsaraz e o casamento seria realizado na Real Igreja de São Tiago em Monsaraz, depois, a boda seria na Aldeia dos Motrinos!

O João Gonçalves não demorou em ir falar com o padre Manoel Cunqueiro da Guerra Passanha que, depois de uma longa conversa, marcou o matrimónio para um domingo, dia 25 de Setembro do ano de 1785!

O João Gonçalves já senhor de toda a herança, decidiu abrir o baú onde os lavradores guardavam uma fortuna, ficou surpreendido com o que lá estava dentro, além das jóias da família tinha tanto dinheiro que ele ficou durante horas a olhar, sem ter coragem de lhe tocar! Durante essas horas, pensou muito, sobre o que fazer com tanto dinheiro, mas todos os pensamentos iam dar ao mesmo, comprar mais terras e gado e, como conhecia bem esse mercado, não teria nenhuma dificuldade em o concretizar!

O casamento do João Gonçalves e da Maria Rita, juntou muitos convidados, quase toda a população da Aldeia dos Motrinos, os criados da sua herdade e muitos amigos de Monsaraz e arredores, foi uma grande festa com baile abrilhantado pela Conchita e seus muchachos e muitos comes e bebes, lá no seu Monte!

O lavrador João Gonçalves, já convencido que era o dono da herdade e do que estava dentro do baú, começou a procurar outra herdade para comprar, porque, não era boa ideia ter tanto dinheiro em casa e, como queria comprar mais gado, era preciso ter mais terras!

Não foi preciso procurar muito, era uma época boa para comprar terras, foram ter com ele a propor-lhe negócios de terras e gado e, acabou por comprar uma boa herdade, próximo da Aldeia do Outeiro! Depois, começou a comprar gado e teve de arrendar outra herdade, tornando-se um dos maiores lavradores do Termo (Concelho) de Monsaraz e, como todos os lavradores, também comprou uma grande casa senhorial na Villa de Monsaraz, onde passavam os Domingos, Festas, Feiras e outros acontecimentos de relevo realizados nesta nobre Villa!

Após o casamento, naturalmente, começaram a nascer os filhos, chegando aos cinco, três meninos e duas meninas! Receberam todos uma boa educação e, quando chegou a sua hora, seguiu cada um o seu destino, os rapazes dedicara-se todos à agricultura e as raparigas uma casou com um lavrador e a outra com um Juiz das Sacas de Monsaraz! Ficaram todos a residir na região, na Villa de Monsaraz e, na Aldeia dos Motrinos e, foram todos muito felizes!

O lavrador João Gonçalves, fez grande fortuna, mas passou a vida a trabalhar ao lado dos criados e acabou os seus dias na Aldeia dos Motrinos! A Maria Rita, já viúva mudou-se para a Villa de Monsaraz, seguindo uma vida religiosa, onde ficou a residir até ao fim da sua vida.

Assim, perante a história de vida do João Gonçalves, da Aldeia dos Motrinos - Monsaraz, podemos verificar as voltas que a vida de um ser humano pode dar.

"Baseado num facto real, conforme Registo Paroquial, da Paróquia de São Tiago - Monsaraz, no dia 16 de Novembro de 1762, escrito pelo Padre Gaspar Callado"

Fim

"Texto Manuel Correia"


1 comentário:

  1. Não sei se esta narrativa é recente ou se só agora dei com ela. Posso é dizer que presentemente e principalmente no nosso Alentejo (infelizmente) tais casos se estão ainda agora repetindo, só que nunca têm o final feliz que a narrativa o meu amigo tão bem escreveu!

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