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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

GENTE DA NOSSA TERRA DR. QUEIMADO

 GENTE DA NOSSA TERRA

De seu nome próprio Francisco Caeiro Queimado, conhecido por todos nós por Dr. Queimado.

Licenciado em farmácia, viria a abrir nos finais da década de 50 a farmácia do Telheiro, tendo-se destacado nesta área, com a criação de alguns produtos de marca própria, nomeadamente na cosmética capilar e dermatologia.

Dedicou toda a sua vida a estas causas e á sua, nossa freguesia. Com o declínio populacional das nossas aldeias nos anos 60-70 viria anos mais tarde, a exercer o cargo de diretor técnico de uma farmácia em Reguengos, que acumulava com a atividade de docente no colégio da referida vila.

Falar do Dr. Queimado é falar de um PEQUENO GRANDE HOMEM de trato afável e esmerada educação, que sempre esteve ao lado da sua comunidade, interagindo com ela nas mais diversas formas. Quem não se recorda de ir ao cinema ao casão (esplanada) do Dr. Queimado, para onde viria a adquirir equipamento de projetar e onde ele próprio projetava os filmes, possibilitando assim, que muita gente da nossa comunidade, pudesse ver pela primeira vez cinema, eram frequentes os cortes na fita, mas nada que o Dr. Queimado não resolvesse. Ainda me recordo de álguns filmes de sucesso á época, nomeadamente um filme cujo título era O HOMEM DO RIBATEJO e que por o enrredo decorrer em ambiente rural, fazia as delícias da assistência. Tempos houve em que a única televisão existente no Telheiro (e arredores) era a do Dr. Queimado e que vezes sem conta, mas principalmente nos dias de transmissão de alguma tourada o Dr. Queimado metia a televisão entre portas, virada para a rua e onde a assistência, trazendo a cadeirinha de casa, fazia da estrada esplanada (parece impossível, não é?).

Personalidade por vezes fantasiante, mas deliciosamente encantadora. Daqueles que o conhecemos de perto, quem não se lembra dos seus épicos SAFÁRIS EM ÁFRICA ou das suas BRIGAS da Lisboa boémia dos anos 50, onde os adversários sempre o superavam em tamanho, vezes sem conta o meu pai, pessoa de reconhecida robustez física, servia de exemplo, o adversário era sempre um homenzarrão assim como o Bento.

Muitos somos aqueles, que fomos alunos ou explicandos do Dr. Queimado e muitos mais os que fomos transportados gratuitamente, no tempo em que os transportes escasseavam de e para Reguengos pelo Dr. Queimado. Não importa que a buzina já não funcionasse e que nas curvas apertadas das ruas de Reguengos, tivesse que ser eu a meter a mão de fora e á sua ordem, com uma corneta de fole fazia PÓ PÓ. 

É desta forma simples, mas sentida que recordamos as gentes da nossa terra, a quem estamos eternamente gratos. Obrigado Dr. Queimado. Que descanse em paz.

“Texto Isidro Pinto”

"Fotos retiradas da NET"




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